Confira a entrevista exclusiva do músico na íntegra
1 – Como é produzir a sua própria banda ( a Malta)?
AD- Produzir minha própria banda é um exercício que já faço desde 2001, que foi quando eu comecei a produzir bandas. A primeira já era a minha, então produzir a Malta pra mim é algo normal. A Malta é fácil de ser produzida por que tem o Thor (guitarrista da banda) que compõe muito bem, produz e me ajuda com os arranjos, o Diego que também tem uma noção muito grande de arranjo e que além de baixista é guitarrista, e o João que também é guitarrista além de compor e cantar muito bem, então cada um desempenha muito bem seu papel.
2 – Qual é o maior cuidado com a captação dos instrumentos no palco?
AD- O maior cuidado é com vazamentos. Um instrumento vazando em outro e a captação do público que é um dos pontos mais importantes do ao vivo, nós temos no palco da Malta uma facilidade muito grande por termos o baixo e a guitarra em linha, não usamos amplificadores no palco, o que diminui muito a questão do vazamento de ambos nos microfones da bateria e nos microfones de voz.
3 – Nos fale sobre alguns trabalhos que fez na área técnica de gravação (produção, engenharia de som, mix, master):
AD- Atuo na área de produção musical desde 1996-1997 então fiz muitos trabalhos com bandas como Dr Sin, Angra, Torture Squad, Jeff Scot Soto, Slash, Lenny Kravitz e outros. Fiz muitas gravações de DVD, inclusive com o DVD da cantora gospel Soraya Morais, ganhei um Grammy Latino como engenheiro de som, onde fiz toda a parte de captação, edição, mix e master.
4 – Quais são as vantagens de usar a mesa Mackie DL32R?
AD- A Mackie DL32R traz a facilidade de ser compacta, que é um mundo que vem sendo desbravado há alguns anos, onde conseguimos uma mesa de 32 canais de input que pra Malta é o suficiente, e 16 canais de output , ou seja, a gente consegue ter 8 vias stereo de fone ou 5 vias de fone, como usamos, e outras vias stereo para usar no side ou outra monitoração ou até mesmo usar um desses L-R como saída para o PA, então temos a possibilidade de fazer PA e monitor na mesma mesa, e além disso usamos para gravar os nossos shows, e é uma facilidade incrível de inserir um HD, configurar e gravar qualquer show, os prés da Mackie DL32R entre as mesas digitais, para mim, são um dos mais fiéis.

5 – Por ser um sistema Wireless, até quanto facilita para você o uso da Makie DL32R?
AD- Por ser um sistema Wireless temos uma mesa compacta, facilita por que no mesmo rack da mesa, que é pequeno, a gente consegue levar junto já conectados todos os transmissores de fone com todas as vias prontas para nossa monitoração de palco e cada um, no seu celular, consegue mexer nos volumes que acham necessários nos fones de forma independente, ou seja, cada um tem a possibilidade de fazer sua via de fone, além de que pelo Ipad é possível controlar a via de cada um caso necessário e fazer também o PA.
6 – Em relação a microfonação da bateria, quais são os tipos de microfones que você costuma usar?
AD- A microfonação da bateria é toda nossa, microfones e multi cabos próprios, então temos sempre a mesma microfonação e isso facilita muito por que a gente acaba tendo sempre o mesmo som de bateria e dos outros instrumentos também. Atualmente estamos usando os microfones da Sennheiser E906 na bateria quase inteira inclusive nos overs, na caixa eu uso SM57 em cima e em baixo e no bumbo uso o SM 52.
7 – Qual a diferença de mixar e masterizar uma gravação ao vivo para uma gravação de estúdio?
AD- A diferença é basicamente você tentar lutar contra os vazamentos que tem no ao vivo, vazamentos dos pratos e da bateria como um todo no microfone da voz. O que for corrigir no ao vivo tem que ter muito cuidado por que nos microfones de ambiência o som teoricamente não vai estar corrigido, então essa é a maior diferença entre ao vivo e estúdio.
8 – Qual a necessidade de serem usadas 2 mesas de gravação iguais?
AD- Na real não seria uma necessidade de ter 2 mesas de gravação iguais, é que nós temos a Mackie DL32R e nosso técnico também tem o mesmo sistema que o nosso, então nós usamos a duas para gravar apenas para termos a segurança de um backup, como elas tem os mesmos presets uma é cópia da outra e isso facilita.
9 – Como é o uso de presets e compressores da sua parte? Você tenta usar o mínimo ou usa e abusa dessas opções?
AD- Os presets para gravação no ao vivo acabamos não usando, tudo foi gravado flat, sem equalização, sem compressão, sem nada para eu poder ter a liberdade de definir o que vai ser feito agora na mix.
10 – Que conselho você daria para quem quer ser um produtor/engenheiro de som um dia?
AD- O conselho que dou é: além de estudar demais, hoje em dia com a facilidade das redes sociais e do Youtube é preciso tomar cuidado com muita informação que não é verdadeira, se apoiar e se espelhar em pessoas que tem uma história e experiência, procurar se jogar em fazer e conhecer como tudo funciona na prática, acho que é umas das partes mais importantes, muita gente hoje acha que só pela teoria e por vídeos de pessoas que nunca fizeram, acham que sabem e na realidade não é bem assim, na prática a experiencia conta muito mais.